sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Quando se perde a inocência.

A criança viu o palhaço. Tímida, quieta, ela o admirava. Seu nariz vermelho, sua cara pintada, seu sapato de tamanho indescritível lhe atraiam. Ele emitia sons, mas ela era tão pequena e não podia compreender que as pessoas geralmente riem do que ele diz. Tantas vezes forçadas. A criança continua olhando. Acompanha sigilosamente o momento que ele aperta sua clássica flor-broche que espirra água. Seus olhos brilham, maravilhada. Eu aqui de longe sem nada dizer fico observando aquela criança. A sua inocência. A sua ainda tão vã, mas ao mesmo tempo tão sábia ciência. Mal ela sabe que quando crescer vai achar clichê quando o palhaço sorri. Mal ela sabe que ela vai adoecer sua tão ainda sadia mente conforme pede a sociedade. Mal ela sabe que às vezes, eles riem chorando. Que o que fazem não passa de uma profissão, que ao invés de salvar vidas, salvam expressões de caírem na melancolia. Mal ela sabe que, os reais palhaços somos nós, que, um dia, mesmo sem querer, esquecemos que um dia fomos inocentes.

2 comentários:

  1. É verdade, mais ainda prefiro a fase da inocência, mais um belo texto.

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  2. Realmente é a fase mais incrivel...
    Mas infelizmente ela passa :/

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