quarta-feira, 9 de março de 2011

As horas passaram, meu sono também.

 São 2 e 12 da manhã neste exato momento. A rua está calada, mas a cidade não. Ao longe, consigo escutar o som de algumas músicas típicas de carnaval, quase todo oculto pela força do vento. Mas este ruído não é o motivo pelo o qual me encontro 'de pé' a esta hora. Coloco 'de pé' entre aspas, porque cá estou ajoelhada, com os braços e meu caderno apoiados na cama. Faz frio, mas não me incomodo. Frio maior haveria se estivesse ignorando cada grito dentro de mim pedindo pra passar o que sinto neste momento ao papel.
 Passaram-se alguns bons 10 minutos, talvez por estes perdi um pouco o fio da meada, ou as palavras. Mas creio que as reencontrei. O frio parece só aumentar, e a música, agora quase extinta, já dá espaço a um som que tanto incomoda: gatos que andam sobre os telhados, tirando a tranqüilidade antes permanente. Por causa destes sons primários, outros aparecem: sim, agora ouço passos em casa, e uma voz estridente que desde o início identifico ser meu pai: desça daí. Como se bastasse. Pensei em revidar, dizer que não adiantaria. Mas como só o abajur estava acesso(agora não em seu lugar de origem, mas também apoiado na cama) acabei por deixa-lo ainda achando que eu estava dormindo, e poupa-lo de suas preocupações típicas de pai. Mas continuemos minha odisséia pela minha insônia. É tão inquietante fechar os olhos e não sentir sono que resolvi permanecer com eles abertos e escrever. 
 Agora se passaram mais uns 5 minutos, mas mais pareciam horas. Nada me vinha na cabeça, a não ser o fato de que naquele momento maioria da população brasileira estava aproveitando seu último dia de carnaval, e a minoria tentando dormir. Ou dormindo, pois creio que sou uma das poucas 'insônicas' que há em dias assim. Coloco entre aspas ² o termo insônica, porque foi uma palavra agora criada, ou ao menos pouco usada para ser reconhecida. Mas voltando ao fato e esquecendo as teorias, agora já havia um silêncio absoluto. Nem gatos, nem músicas, nem qualquer voz reclamando. O silêncio é brevemente interrompido por um som pouco ruidoso: acontece que o vento que acabava entrando pela janela semi-aberta fez a folha do caderno onde agora escrevo se distorcer. Um som demasiado prazeroso creio eu, pois me lembra virar páginas de livros, tão sempre companheiros mudos, que tanto ensinam, ou emocionam. O que há de emocionante nessa minha insônia afinal? Eu nem conseguia pregar meus olhos.
 Passaram-se mais meia hora. Me perdi em pensamentos e até esqueci que antes estava escrevendo. Mas voltei, mas agora meus olhos já ardem, e sinto um certo pesar neles. Talvez seja sono. Ou um apelo de minha vista fraca, resultado de tantas coisas lidas a noite, só com a luz do celular ou abajur. Só sei que me vejo no direito de interromper este texto aqui, deixando-os curiosos pra saber se dormirei ou não. Coisa que até eu queria saber. Mas como não sei, aposto no improvável. E aqui paro, e fim. E boa, ou má noite.


Texto escrito em um momento de real insônia, e postado só agora pela preguiça de quem escreveu (eu).

4 comentários:

  1. Muito interessante o blog !
    Deixo o meu aqui caso queira dar uma olhada, seguir...;

    www.bolgdoano.blogspot.com

    Muito Obrigada, desde já !

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  2. Obrigada . irei ver e seguirei sim . Beijos

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  3. muito legaal seu blog
    parabens
    seguindo vc....
    segue e da uma passadinha la pf?http://cantinho10.blogspot.com/

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  4. Oii flor :D


    Obrigada :D . AAh eu já sigo a algum tempo *-*

    Beijos

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