segunda-feira, 23 de abril de 2012

A dúvida na certeza


As pessoas todas se julgam sábias em algum assunto. E tentam mostrar que o mundo depende delas, que o eixo do mesmo é em seus conhecimentos. Não que eu não creia em mim e em minhas ideias e ideais, mas seria muito tola em dizer que tenho o conhecimento integral sobre algo. Tudo o que conhecemos de tudo, é obra de um homem qualquer*, que testou seus limites em alguma área. Mas os limites do homem nunca parearão com os da natureza ( aqui representada como tudo aquilo que se encontra em estado primário, e não em seu sentido literal). Sempre alguma coisa ficará para ser descoberta. Sempre alguma pista passará em branco. Nós nascemos em um porvir de novas informações, tudo o que sabemos é o que já souberam. E tudo o que já souberam provém do desconhecido, do ilimitado, da dimensão que não cabe a nenhum homem. E tudo o que ainda descobrirão vai ser falho em alguma parte, como tudo que já foi descoberto. Só que, a insuficiência própria do homem, não deve ser vista como um defeito. Pois, se tudo soubéssemos, passaríamos pela vida sem o prazer do conhecer o novo, sem o gosto do duvidar e interrogar. Apenas passaríamos, sem ter que procurar respostas, vagando em um mundo conhecido e banal, onde nada mais nos surpreenderia. Já dizia Sócrates que devemos nos tornar cientes de nossa ignorância, pois só assim compreenderemos que o que temos abrangido e o que temos para abranger são números irrefutavelmente distantes. E que o homem, não é fruto do conhecimento nem nasce para tudo saber, mas sim vem da dúvida e nasce para interrogar, e nada mais.

*Mesmo com seus QIs elevados, eles não passam de homens, como todos somos. Porque o que é o QI, se não mais uma criação humana?

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